quinta-feira, 27 de março de 2008

Na fila.

Passo a mão pela testa e sinto a veia do stress pulsando freneticamente sem nenhuma timidez, a fila do caixa eletrônico do supermercado não deveria estar tão lenta, a menos que as pessoas estejam namorando a máquina, o que é pouco provável, e, em meio a esta lentidão, começo a perceber leves (outros nem tanto) sons de felicidade. Curiosa, transfiro minha atenção da veia pulsante para a sala localizada à direita da fila. O lugar, cercado por paredes de vidro, é cheio de um colorido vibrante, bem diferente do que costumo ver no trabalho, na aula e, até mesmo em casa, penso que nunca decoraria meu quarto daquela maneira, mas não é a decoração que atrai-me a atenção e sim, os sons de excitação, vozes em puro êxtase, enlouquecidas e sedentas por felicidade, o que, pela minha observação, leva-me à conclusão de não ser algo difícil de se conseguir, pelo menos não para eles.

Visualizo mais dois seguindo em direção à sala onde um grupo já se encontra contente e extrovertido, seus olhos brilham um brilho intenso, quase cintilante e sorriem com um sorriso sincero de quem acaba de ganhar aquilo que seu coração mais ansiava. Eles se entreolham impacientes até alguém abrir-lhes as portas do que poderiam, tranqüilamente, chamar de paraíso. É então que há uma explosão de gritos de alegria e, a porta é cerrada novamente, um cuidado importante, para evitar problemas com os mais eufóricos e, eventualmente, seus pais que, ao terminar suas compras iriam à seu encontro.

Levada por aqueles rostos pequenos e inocentes (quem poderia atribuir-lhes maldade?) esqueço o que incomodava-me anteriormente, e um leve sorriso brota dos meus lábios ressecados pelas constantes horas em ambientes refrigerados no segundo em que lembro de meus melhores momentos enquanto criança.

Estréia!

Este blog não é um desabafo, não são histórias da minha vida e, especialmente, não se parece nem um pouco com um diário. É, somente, um agrupamento de informações talvez poemas e definitivamente com prosa e tudo aquilo que der na cabeça.