sexta-feira, 9 de julho de 2010

Poeta.

Eu poderia dizer que hoje acordei meio poeta, mas isto seria uma mentira, como dizer “eu te amo” a um estranho. Não é o abrir os olhos que me causa inspiração, tampouco a felicidade. Que poeta de fato é feliz? Se o fosse, bem, não o é, nem nunca foi, possibilidade descartada. A felicidade não é tema de canções, assim como não o é de poemas.

Eu não acordei poeta, muito menos com inspiração. Também não me senti triste ou com depressão, apenas senti-me... eu. Um eu sozinho, desacompanhado, entediado e, digamos sem forças ou gana de respirar, imagina então de viver. Afinal, viver com que propósito?

Eu o vi e encantei-me instantaneamente. Ele me olhava com olhos suaves, quase dizendo que desejava ser meu. Talvez não fosse a felicidade, ou a razão de meus dias, mas ele me fez retornar às raízes e incentivou-me.

Hoje, se me apresento como poeta, ele é o culpado. Fez-me entender as coisas com mais clareza: poesia, felicidade e vida.

Hoje encontrei minha inspiração numa garrafa de vinho.