quinta-feira, 29 de maio de 2008

Cinza.

Decidiu não mais espera-lo. Daquele momento em diante os segundos em sua ausência não seriam contados minuciosamente, nem aguardaria impacientemente para estar em sua presença. Entendia que aquela decisão mudaria tudo, pois estaria emocionalmente sozinha desde então. Esta certeza lhe deprimia, não queria estar só.

O que faria agora que não se doaria a ninguém além de si mesma lhe tirava o sono. Tudo seria tão vazio, triste e cinza. Tinha certeza que por um bom tempo nada teria sentido e por dias não faria nada além de dedicar seus momentos à reflexão de algo já refletido e finalizado, mas mesmo assim o faria para tentar provar o quanto estava errada ou, como provavelmente ocorreria, o quanto estava certa e, em diálogos (na verdade monólogos) que teria consigo mesma esperava encontrar seu equilíbrio e o ânimo de seguir em frente.

Escreveu-lhe uma carta simples e sem rodeios dizendo-lhe o quanto sentia ter de afastar-se. Despedia-se com uma curta frase, um seco "até logo". Leu o que escrevera e arrependeu-se por um segundo, deixando rolar pela face algumas lágrimas então, segurando firmemente a carta em suas mãos, inspirou fundo como se fosse o ultimo ar que inalaria e, com um ato de fraqueza e certa covardia, levou a carta até a mesa de seu destinatário e lá a deixou para que fosse lida.

3 comentários:

Erik disse...

esse texto foi bem cinza triste...

Anônimo disse...

E depois que ele leu a carta?? O que acontecceu? Ele foi atrás dela? Ou desistiu??

Unknown disse...

LindoOo. =*(